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Reino Unido - 13 anos mais tarde

 Boa noite, Sao precisamente 22:23 no Reino Unido, escrevo estas palavras de um teclado ingles, dai a falta de pontuacao, mil perdoes.  Pensei que tinha eliminado o blog, parece que nao.  Estou bem, estou feliz. Lutei, ri, chorei, progredi, aprendi, viajei, tive dias bons, tive dias maus, tive dias assim assim. Ainda estou aqui e hei-de estar por muito tempo.  Nao sei se este post vai chegar a quem lia no passado. Ola, espero que estejam bem.  Hugs and kisses Beijos e abracos K

Não fui muito longe

Foram 4 meses sem publicar, não fui muito longe, estou a 3000 km de casa. Vim para cá a 11 de Outubro. A vida por aqui é tranquila e não se passa necessidades, já à procura do 2º emprego. Chove, faz frio e ocasionalmente neva. Sinto-me à mesma em casa. Não me sinto numa luta constante mas a seguir um caminho, se é certo ou errado não se aplica, é um caminho e o que não gostar mudo. K

A minha heroína

Sempre te conheci de cabelos brancos e sedosos, quando nasci já os tinhas assim às uns bons anos, segundo me disseram foi de repente, sempre gostei deles, brancos como o sal, fortes como tu e suaves como a maneira que tratavas de mim e de todos nós. Não usavas cá nada daquelas restemengas de supermercado que hoje usamos, lavavas o cabelo com vinagre e amaciavas com um bocadinho de azeite, um dia perguntei porque temperavas o cabelo como a mãe fazia com a salada. As tuas mãos sempre refletiram o tempo que por ti tinha passado, os dedos tortos de tanto trabalho, mas as palmas suaves com todas as linhas definidas como tu sempre foste.  Não sabias ler nem escrever mas quando ía-mos à Praça da Ribeira não havia peixeira que te metesse um centavo a mais que fosse na conta, e sabias sempre quem era mais ou menos honesto pela conversa que te davam, ainda me lembro que os melhores queijos eram na senhora Alzira que os vendia numa espécie de casinha verde por baixo das escadas q...

Quero, porque mereço

Quero gritar com todas as forças e expulsar tudo de dentro de mim. Quero reencontrar a valquíria. Quero sentir aquela força que me mantinha e fazia de mim rochedo. Mereço ser feliz, mereço ser eu outra vez. K

Medo

Gostar de alguém nem sempre nos faz bem, nem sempre é o melhor sentimento do mundo, nem sempre é sinónimo de algum tipo de felicidade. Gostar de alguém implica alguns dissabores, é normal. Umas zangas, uns momentos mais tensos, mas gostar de alguém que não nos liga patavina, que nos faz sentir a mais, cujas palavras por mais desprendidas que sejam nos magoam, não é bom, é doentio, faz mal à nossa auto-estima, faz mal ao nosso futuro enquanto seres humanos. E eu gosto de alguém assim, e tenho medo, tenho muito mas mesmo muito medo do que isso me esteja a fazer e do que isso diz sobre mim enquanto ser humano. Sei que tenho de parar com isto, mas custa, oh se custa. K

Amor e línguas

Escrever sobre o amor em português é dar-lhe automaticamente um tom sofrido, derradeiro e de fazer chorar as pedras da calçada, em inglês fica uma coisinha mais bonita e elevada, ora veja-se: Português: Provavelmente és o amor da minha vida mas nunca o saberemos. Inglês: Probably you are the love of my life but we will never know it. Parece-me que o português tem consigo um tom mais definitivo, sem remédio, sem esperança. Acho que prefiro amar em inglês. Nem vale a pena dizer como a coisa soa em alemão, dá arrepios: "Wahrscheinlich sind Sie der Liebe meines Lebens, aber nie wissen". Belheque!!! Fico-me no inglês, pelo menos para já. K

Vai-me acompanhar a vida toda, foi o 1º e único poema que recebi até hoje :)

NÃO TE AMO Não te amo, quero-te: o amar vem d'alma. E eu n'alma --- tenho a calma, A calma --- do jazigo. Ai! não te amo, não. Não te amo, quero-te: o amor é vida. E a vida --- nem sentida A trago eu já comigo. Ai, não te amo, não! Ai! não te amo, não; e só te quero De um querer bruto e fero Que o sangue me devora, Não chega ao coração. Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela. Quem ama a aziaga estrela Que lhe luz na má hora Da sua perdição? E quero-te, e não te amo, que é forçado, De mau feitiço azado Este indigno furor. Mas oh! não te amo, não. E infame sou, porque te quero; e tanto Que de mim tenho espanto, De ti medo e terror... Mas amar!... não te amo, não. Almeida Garrett